Há dois anos, a CBA B+G embarcou em uma jornada transformadora ao adotar um modelo de trabalho remoto. Esta mudança não foi apenas uma resposta às circunstâncias globais, mas também um passo em direção à inovação e adaptação aos novos paradigmas do mundo corporativo. A transição para o trabalho remoto trouxe consigo a necessidade de se adaptar a processos digitais, abraçando o conceito de trabalho flexível. Hoje, revisitamos a experiencia a fim de entender como temos navegado por essas águas digitais e quais lições foram aprendidas ao longo do caminho.
Nossa reflexão é inspirada na conversa que tivemos com Fernanda Mourão, Arquiteta do Futuro do trabalho, nossa convidada no Café+ de novembro de 2023 para falar sobre o tema. Fernanda é especialista no assunto e provocou insights e boas observações sobre os modelos remoto, híbrido e presencial, na busca por maior produtividade e qualidade de vida.
Insights sobre o modelo de trabalho flexível
1. O espaço se tornou uma ferramenta de trabalho: O trabalho deixou de ser um local para se tornar uma atividade. Os espaços agora são cenários de encontros e a cultura da empresa se materializa nesses ambientes.
2. O onboarding exige muita atenção: Por ser relativamente novo, o modelo de trabalho flexível ou híbrido exige um processo de integração e onboarding mais cuidadoso, especialmente para os novos colaboradores e os mais juniores.
3. Adaptação e ajuste de perspectiva: Os mecanismos de gestão do trabalho remoto evoluíram rapidamente, assim como nossa adaptação a eles. Natalia Azevedo, Senior Designer na CBA B+G, faz uma colocação: “Uma coisa que escutamos muito é ‘no presencial a gente podia levantar e ir à mesa da/do colega para conversar’, como algo que faz muita falta pra algumas pessoas. Porém, lendo sobre o assunto, há o contraponto de pessoas que, quando presencialmente nos escritórios, achavam isso terrível… Acho muito interessante essa mudança de perspectiva, isso mostra o quanto estamos enviesados pelo ‘ideal da extroversão’ e nem percebemos.”
4. Autogestão é fundamental: O trabalho flexível exige um planejamento mais robusto e habilidades de autogestão, sem desresponsabilizar a empresa. Isso pode ser um desafio para alguns gestores. Um bom exemplo é o Spotify, que oferece estratégias e opções de trabalho remoto, dando ênfase ao employer branding.
5. Romantização x Realidade: Reconhecer que nem todos estão aptos a serem “nômades digitais” e que o trabalho remoto não é um mundo perfeito, unânime e pronto para ser habitado. É preciso construí-lo – e de maneira colaborativa.
“Uma coisa que escutamos muito é ‘no presencial a gente podia levantar e ir à mesa da/do colega para conversar’, como algo que faz muita falta pra algumas pessoas. Porém, lendo sobre o assunto, há o contraponto de pessoas que, quando presencialmente nos escritórios, achavam isso terrível... Acho muito interessante essa mudança de perspectiva, isso mostra o quanto estamos enviesados pelo ‘ideal da extroversão’ e nem percebemos.”
Natalia Azevedo, Senior Designer na CBA B+G
6. Jogar conversa fora tem seu valor: É muito importante criar rituais que promovam interações não relacionadas estritamente ao trabalho, adaptando a dinâmica do “small talk” ao ambiente online. Sabemos que não é possível reproduzir a experiencia presencial no digital, mas há mecanismos para fugir da distância e impessoalidade impostas pela ausência física.
7. Qualidade de vida e sustentabilidade: O modelo remoto oferece uma melhor qualidade de vida individual e permite a inclusão de colaboradores de diferentes partes do mundo. Para Mateus Potumati, Verbal Designer na CBA B+G, “o modelo exclusivamente remoto, além de evitar perdas de tempo e aumento de estresse, é muito mais sustentável. Uma empresa que pode adotá-lo está dando uma contribuição enorme para redução de pegada de carbono. Isso, a meu ver, deveria até ser incentivado pelos governos.”
8. O fim das fronteiras físicas: Um benefício inegável do modelo remoto é a possibilidade de trabalhar com pessoas de diferentes cantos do Brasil – e do mundo. Isso não apenas é benéfico para o trabalho em si: significa um ganho enorme em diversidade, inclusão e amplitude cultural.
9. Mobilidade e novas dinâmicas na cidade: Apoiada pela tecnologia, a dinâmica do dia a dia ganhou novos aspectos, gerando impacto no meio-ambiente – transporte, demografia e sustentabilidade estão sendo repensados.
10. Novas responsabilidades para líderes e liderados: A relação com o trabalho passou a ter novos contornos no que tange a bem-estar, saúde mental e liberdade geográfica, além de exigir maior autoconhecimento de quem lidera e é liderado. Todos saem ganhando.
Enquanto a CBA B+G se posiciona como um “laboratório” de empresa com modelo de trabalho 100% remoto, reconhecemos as vantagens e desvantagens e estamos em constante aprendizado. “Adotar o modelo de trabalho remoto nos impôs novos desafios, como a revisão de resultados, métricas e comportamentos. Mas tenho certeza de que esta mudança contribui e contribuirá no sucesso de nossa organização no longo-prazo”, comenta Luís Bartolomei, CEO da CBA B+G.
A experiência até agora sugere que, apesar da nostalgia do escritório e dos desafios únicos do modelo remoto, há mais a ganhar em aprofundar e aprimorar este formato flexível, principalmente no contexto das grandes cidades o, com suas dificuldades de locomoção. Continuaremos a explorar e discutir este tema, sempre abertos a aprender e adaptar-nos para melhor atender às necessidades de nossa equipe e clientes.