O metaverso é, sem dúvida, um dos temas quentes do momento, principalmente para as áreas de marketing e comunicação. Mais e mais empresas, especialmente as grandes, estão investindo tempo, dinheiro e energia na construção de sua presença neste novo mundo digital – de tecnologia à moda, de alimentação à mobilidade, não importa o campo de atuação. Para eles, o metaverso é o futuro da internet ou uma alternativa sonhadora à realidade (ou ambos).

Mas o que é o metaverso?

Nosso primeiro passo foi analisar o que, em essência, é o metaverso. A primeira informação importante que reunimos é que, atualmente, não existe um metaverso único, mas vários, cada um com suas características. O Decentraland, por exemplo, é um espaço voltado principalmente para o entretenimento; a Bloktopia, auto definida como a “casa das criptomoedas”, apresenta materiais informativos e educacionais sobre criptomoedas. O Sandbox é o lar dos eventos mais exclusivos do metaverso, enquanto o Horizon Worlds – desenvolvido pela Meta, a célebre evolução do Facebook – oferece experiências e serviços para empresas. Finalmente, Roblox é a nova fronteira explosiva de jogos, onde as novas gerações podem se reunir para criar videogames.

Depois de mergulhar nos principais metaversos e suas várias definições, encontramos nossa própria descrição semântica e funcional para ele:

O metaverso é um espaço virtual indefinido, independente e interativo. 

É indefinido, pois somente os usuários o definem; seu único limite é sua própria criatividade. É independente porque continuaria a existir de forma persistente e descentralizada, mesmo sem usuários ativos. É interativo por seu componente social substancial: a interação do usuário vai além de replicar a vida cotidiana, podendo até mesmo evolui-la.

INSIGHT nº1:

O primeiro passo fundamental para uma marca que deseja se aproximar do metaverso é identificar qual plataforma é mais consistente com seus objetivos.

Por que foi criado?

Agora sabemos o que é o metaverso e quais são suas principais encarnações. Mas uma coisa ainda não está clara: por que foi criado? Por que o metaverso está crescendo, despertando tanto interesse e atraindo multidões?

A resposta, como sugerido anteriormente, está nas necessidades das pessoas. Este novo universo digital está se desenvolvendo em resposta a drivers e necessidades específicas que recentemente se tornaram mais proeminentes. 

A primeira é a questão da acessibilidade: o metaverso é um universo sem paredes e barreiras, permitindo que todos se expressem livremente. As pessoas, especialmente da Geração Z, enfatizam cada vez mais a importância desse aspecto, que é de grande valia para elas. Essa instância está alinhada com o desejo de participação ativa na vida das marcas – hoje, estamos indo além do conceito tradicional de branding, criando comunidades as quais os usuários querem pertencer. 

Esse sentimento de pertencimento a uma comunidade introduz uma necessidade adicional: a agregação. Graças em parte às novas tecnologias, as conexões humanas se tornaram cada vez mais importantes em um mundo perturbado por uma pandemia e distanciamento social. Novas tecnologias, em particular, evoluíram para responder a uma necessidade cada vez maior de colaboração devido ao distanciamento social. A socialização digital e o suporte ponto a ponto habilitado por tecnologia estão ajudando a Geração Z a atender seus desejos. Eles querem se sentir capacitados para aprimorar e construir sua formação e carreira, contornando os processos convencionais típicos do mercado de trabalho. E é justamente por isso que os padrões da experiência de compra estão mudando e evoluindo, tornando-se cada vez mais decisivos para o sucesso das marcas.

O que impulsiona as compras neste novo contexto? Com o advento e a adoção generalizada de NFT e blockchain, as pessoas valorizam cada vez mais a singularidade dos objetos que possuem, sejam físicos ou digitais.

INSIGHT nº2:

As necessidades dos consumidores são o ponto de partida para definir todas as atividades da marca dentro do metaverso.
 

Como o metaverso está respondendo às necessidades das pessoas?

Uma vez definido o metaverso e as razões de seu crescimento, precisamos entender como as marcas já presentes estão tentando responder às necessidades das pessoas. Percebendo uma correlação entre precisar e agir, vamos examinar casos significativos de marcas que já trabalham nesse processo:

Acessibilidade: a Nike recriou suas sedes no espaço imersivo 3D da Roblox, aprimorando a missão da marca de transformar esporte e diversão em um estilo de vida. Dentro da Nikeland, você pode praticar diferentes esportes, criar desafios pessoais e vestir seu avatar com produtos exclusivos da Nike.

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Participação: Socios.com é uma plataforma de tokens de fãs que coopera com os principais clubes de futebol europeus. Ao adquirir tokens, os usuários podem influenciar diretamente nas decisões do time e ganhar e participar de experiências exclusivas, tudo pelo app, sentindo-se ainda mais parte do seu clube.

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Agregação: Em parceria com a Coca-Cola, o Rock in Rio invadiu o metaverso com o RockinVerse. Os fãs puderam acompanhar o streamer Casimiro reagindo em seu canal da Twitch aos 12 espaços criados pelo Rock in Rio dentro de uma ilha no Fortnite, além de participar de diversos desafios que as atrações propõem.

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Colaboração: Horizon Workrooms da Meta é uma ferramenta colaborativa para que as pessoas se reúnam e trabalhem na mesma sala virtual, independente da distância física. Ele funciona em realidade virtual e na web, aprimorando a capacidade de uma equipe de colaborar, se comunicar e se conectar remotamente por meio do poder da Realidade Virtual.

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Capacitação: GucciXFACEIT  – No ano passado, a Gucci anunciou sua colaboração com a FACEIT, um organizador de torneios de E-Sports. Juntos, eles pretendem criar uma academia de jogos, fornecendo aos jogadores todas as ferramentas necessárias para se tornarem jogadores profissionais e desenvolverem suas habilidades.

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Interação: A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) estreou no metaverso Blockman Go, da Garena. A organização inaugurou a Arena Seleção, um espaço que reúne atividades interativas, museu, área para fotos e jogos para usuários. O objetivo é se aproximar de jovens torcedores da Seleção Brasileira através do digital e dos games, mercado que a CBF visa investir mais.

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Experiência de compra: Satiko, influenciadora virtual da Sabrina Sato, inaugurou espaço de ativações no metaverso: Peixe ao Cubo, restaurante do qual é sócia no mundo físico, vai para a realidade virtual do Cidade Alta, no GTA. O espaço, além de servir refeições virtuais, é um local onde marcas podem realizar ativações e interagir com os frequentadores.

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SingularidadeItalia Regina lançou seus Comestíveis Tokens no OpenSea. Esses NFTs temáticos se concentram nos produtos alimentícios italianos mais icônicos: os tokens se traduzem em vouchers únicos de valor igual para gastar em “www.italiaregina.it”, unindo comida saborosa e o mundo digital.

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Quer posicionar sua marca no metaverso? Escreve para a gente.

Uma coisa que chama muito nossa atenção ultimamente no mundo das marcas é o conceito business by women for women. Se por um lado estamos vivendo numa realidade caótica, na qual parece imperar sentimentos de radicalismo e abandono (e não estamos falando a partir do ponto de vista político – apenas), por outro, há que se valorizar a abertura que temos experimentado em avançar nas questões de gênero, representatividade e empoderamento dos diferentes grupos que compõem a sociedade. Já era – é e será, se depender de nós – hora de escancarar as desigualdades e trazê-las ao centro do debate.

Dados mostram que a presença feminina em posições de liderança ainda é baixíssima, e não somente no Brasil. No índice do Standard and Poor’s 500, (índice do mercado de ações que acompanha 500 empresas dos Estados Unidos de capital aberto), mulheres constituem apenas 6,2% de todos os CEOs. Outra limitação à qual elas se deparam é a falta de diversidade nos tipos de negócios desenvolvidos. Uma pesquisa da GEM, elaborada pelo Sebrae em 2020, mostra que as empreendedoras atuam principalmente em 6 segmentos – entre eles alimentação, beleza e vestuário. Já entre os homens, esse número sobre para 14.

E como anda a autoestima das mulheres? Um estudo realizado pela Kantar (WPP) em 2019 no Reino Unido, batizado What women want, revelou que 85% acham que o cinema e a publicidade fazem um trabalho ruim ao retratar as mulheres do mundo real, levando dois terços delas a pularem os anúncios que as estereotipam negativamente. A mesma pesquisa realizada em 2021 com mulheres Latinas aponta que apenas 25% delas se sentem confortáveis e livres para decidir sobre seu corpo e sua sexualidade, mostrando que ainda há muito a ser feito pelas marcas em termos de representação.

Sabendo que ainda há um longo caminho a percorrer, mas olhando outra vez para o lado bom dessa discussão, buscamos referências de marcas e organizações encabeçadas por mulheres que estão virando o jogo.

A primeira é uma lista elaborada pela Obvious Agency, que por si só é uma inspiração, dada a forma revolucionária como ela constrói conteúdo sobre e para mulheres (tem de tudo: direitos das mulheres, maternidade, autocuidado, sexo, carreira, autoestima, relacionamento, cultura, tendências). A Obvious compartilhou uma lista com seis pequenos negócios criados por mulheres brasileiras e como suas marcas se colocam de maneira positiva e afirmativa. Dá uma olhada, vale muito a pena!

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www.instagram.com/obviousagency –

Outro exemplo que achamos incrível é o da consultoria Filhos no Currículo, que convida empresas a repensarem as suas relações de trabalho e desconstruírem vieses sobre pais e mães. A iniciativa surgiu quando Michelle Terni e Camila Antunes, as duas fundadoras, se tornaram mães e se depararam com um mercado de trabalho hostil àqueles que buscam ter um equilíbrio entre vida familiar e vida profissional. 

É interessante notar também nos Estados Unidos o surgimento de marcas lideradas por mulheres na categoria de bebidas alcoólicas, um setor tradicionalmente tomado por homens e pensado para os homens. A atriz Eva Longoria lançou ano passado sua própria marca de tequila Casa del Sol, que se inspira na deusa do agave, Mayahuel. Yola Mezcal também representa essa tendência: a marca abertamente feminista fundada e administrada por 3 mulheres busca promover autonomia para as suas parceiras que cultivam o agave e produzem a bebida na região de Oaxaca, no México. Indo mais longe, a marca promoveu o Yola día, um festival de música “all-women”, onde as mulheres estavam presentes por todos os lados: no palco, atrás dos bares, e até na segurança do evento. 

Mulheres no poder puxam outras em um círculo virtuoso, como provam os números: a pesquisa IRME 2021 afirma que 73% dos negócios liderados por mulheres são majoritariamente femininos. E mais, nesse artigo da Endeavor podemos ver o impacto direto que uma líder como a Luiza Trajano tem em um ecossistema formado por centenas de mulheres, através de suas ações como empreendedora, mentora, investidora e inspiradora.

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endeavor.org.br –

Há também um movimento crescente e poderoso quando o assunto é a desconstrução do tabu da menstruação. Um exemplo de campanha aqui no Brasil é a #ChegadeEstigma, da Intimus, marca de cuidados íntimos da Kimberly-Clark®. “A campanha tem o objetivo de convidar a sociedade a quebrar paradigmas e crenças negativas relacionados à menstruação, os quais colocam a mulher num lugar de fragilidade e limitação”, explica Samia Chehab, diretora da categoria, que emenda, “o meu papel é cada vez mais dar voz e espaço a essas causas e também atender a uma expectativa dos consumidores e consumidoras atuais, que esperam um posicionamento ativo das marcas na sociedade”. Outra mulher, Thais Hamer, que atende Intimus pela CBA B+G, faz coro com Samia: “a liberdade que eu vivencio hoje no trabalho e o propósito de marcas que atendo, como Intimus, em sinergia com meus valores me realizam e motivam para seguir construindo um mundo mais justo, com espaço para todas e todos.” 

E não para por aí: uma recente colaboração da Pantone® com uma marca sueca de coletor menstrual resultou na cor Period (menstruação), numa campanha que visa promover positivamente o período menstrual, encorajando pessoas, independentemente do gênero, a ficarem mais confortáveis e espontâneas em discutir e normalizar o tema.

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www.instagram.com/pantone/ –

Transcendendo negócios, é fundamental destacar o lugar das mulheres nessa pandemia. Por um lado, é triste ver que as empreendedoras foram as mais impactadas nesse período, já que elas encontram dificuldades dobradas com a jornada dupla, em casa e no trabalho. Por outro, vale relembrar que, dos 12 países que melhor enfrentaram a pandemia, nove são dirigidos por mulheres. É evidente o papel positivo do olhar e tratamento femininos na liderança das soluções possíveis frente ao ambiente pandêmico.

E por falar em olhar, o que vemos quando olhamos pra dentro? Como estamos, em nossa comunidade CBA B+G, em relação às mulheres? De que lugar estamos dialogando nessa luta por uma mudança e evolução sociais?

Dentro de casa, as mulheres são nada menos que 65% do total de colaboradores e, quando olhamos para os cargos gerenciais, elas ocupam mais da metade dessas posições (54%). Dada essa representatividade, iniciativas simples e de impacto têm sido buscadas e tomadas. Desde 2019, implementamos uma política interna voltada às mães, cientes da dificuldade em encontrar um equilíbrio entre os papéis vividos nas esferas familiar, social e profissional no primeiro ano da nova maternidade: além dos 4 meses garantidos por lei, uma jornada reduzida e progressivamente reestabelecida, sempre em regime home office, busca oferecer um retorno às atividades normais para as mães a partir de 12 meses do nascimento do bebê.

Para além dos números, e pressupondo a contaminação estrutural a que todos estamos expostos, a observação do tema gênero continua sendo feita com cuidado. Como por exemplo nos cargos de diretoria, onde das quatro posições, apenas uma é liderada por uma mulher. “A palavra-chave é equilíbrio”, enfatiza Shirley Rodrigues, gestora do RH. Ela complementa: “A busca por equidade é um dos motivos que justificam o estudo interno que estamos realizando para entender, historicamente, como se dão nossos processos de contratação e evolução profissional e entendermos no curso do tempo, por exemplo, se lidamos com os gêneros da mesma forma. E se não, quais os fatores desse desequilíbrio, ainda que o ambiente gerencial, cuja voz é ativa nas promoções e bonificações, seja majoritariamente feminino. Queremos entender o que é estrutural – e, portanto, invisível aos argumentos; o que é cultura – que precisa ser revisto; e por fim, o que é contextual e passageiro… um movimento constante de análises e ajustes, que, pela primeira vez, mesmo que após mais de duas décadas de operação, estamos entrando a fundo.”

De marcas a produtos, de histórias pessoais à política social, entre países e continentes e, em todas suas esferas, mulheres carregam dentro de si o poder da transformação em um mundo que pede equilíbrio, através de soluções aderentes ao feminino. Para finalizar, gostaríamos de brindar com uma cápsula do tempo, lembrando hoje e sempre de alguns ícones do feminismo. Para imprimir e colar na sua parede fúcsia, ciano, preta, period ou da cor que bem entender!

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Mercados fragmentados, canais multiplicados, públicos diversificados: está cada vez mais complexo para as empresas oferecerem seus produtos e serviços. Sob pressão de crescer exponencialmente, elas muitas vezes lançam um número incalculável de novas linhas todo ano. Nos Estados Unidos somente, 30 mil novos produtos da categoria FMCG (Fast Moving Consumer Goods) são lançados em média a cada ano por milhares de marcas (Nielsen 2019). Mas a expansão precisa ser bem-feita para dar certo. A proliferação descontrolada de novas marcas pode confundir o consumidor, diluindo o posicionamento e gerando despesas desnecessárias.

Frente a essa realidade, ter uma estratégia de portfólio sólida, associada a uma arquitetura de marca coerente é fundamental para alavancar seu potencial no mercado, facilitando a gestão, direcionando a expansão e traçando uma visão clara de inovação. Mas o que são exatamente estratégia de portfólio e arquitetura de marca – conceitos complementares, porém diferentes, e quais seus benefícios?

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Ter uma estratégia de portfólio é pensar nas marcas como um time de futebol

Para Alex Espinosa, head de estratégia e sócio na CBA B+G, “A estratégia de portfólio, em conjunto com a arquitetura de marca, é uma jornada através da qual a empresa define, organiza e dá vida a sua visão de forma conectada com sua oferta. Só assim ela consegue traduzir esses elementos para o consumidor.” Isso os torna elementos-chave de branding pois reforçam a diferenciação perante os concorrentes, além de guiar as escolhas de design, e ajudar a traçar uma visão clara de inovação.

Por outro lado, David A. Aaker, autor do livro Brand Portfolio Strategy (2004), compara o portfólio de marcas a um time de futebol que trabalha unido, onde cada membro tem papéis definidos para possibilitar e dar suporte ao negócio como todo, visando prosperidade e expansão. Essa visão de gestão das marcas não é limitada às grandes multinacionais. Independentemente do tamanho da empresa, contribui para:

  • Otimizar os investimentos, se desfazendo das marcas improdutivas e potencializando as marcas-chave identificadas;
  • Guiar a expansão em outras categorias ou segmentos, maximizando a diversificação no mercado;
  • Esclarecer o posicionamento das marcas, construindo brand equity e reforçando a confiança dos investidores e stakeholders;
  • Segmentar mensagens, produtos e serviços para cada um dos públicos-alvo, conscientizando o cliente sobre as propostas de cada marca;
  • Garantir consistência visual e verbal de todas as linhas e SKUs. 

Polenghi: como a construção da arquitetura de portfólio fortaleceu a presença da marca nos queijos especiais 

Polenghi, a marca de queijos mais querida do Brasil que está há quase 80 anos no mercado, nos procurou para fazer um profundo reposicionamento, buscando capturar sua essência e atrair novos consumidores. Um dos grandes desafios do projeto foi desenvolver uma arquitetura de portfólio sólida, pois a marca nunca tinha criado uma. Após pesquisas profundas, nos juntamos com os clientes e com consumidores para estruturá-la: conectamos cada pilar com seu posicionamento e as necessidades do consumidor (need states). Mais especificamente, a nova organização dos produtos mostrou a necessidade de fortalecer a presença da marca no segmento dos queijos especiais. Esse foi o impulso necessário para se desfazer da sub-marca Polenghi Sélection, que não estava trazendo os resultados esperados, e criar Polenghi A Queijaria®, com a missão de democratizar os queijos finos através de produtos únicos e descomplicados com identidade renovada. Leia o case completo de reposicionamento e estruturação do portfólio aqui

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Escolhendo a arquitetura certa para estruturar o portfólio

Dentro da estratégia de portfólio, a arquitetura é o sistema que estabelece uma proposta de valor clara para as marcas, ajudando seu público a identificá-las. Além de definir a hierarquia e a relação entre elas, estabelece como as marcas são percebidas pelo consumidor, suas características únicas e como elas satisfazem suas necessidades. Portanto, a arquitetura permite criar um guia conceitual sobre como esse portfólio deve ser desenvolvido e apresentado de fato aos consumidores, trazendo respostas inclusive sobre como cada marca deve se comunicar, visualmente e verbalmente. 

Da ESTRATÉGIA DE PORTFÓLIO…

  • Tem como objetivo criar sinergia, otimização e clareza, trazendo respostas sobre o que a empresa deve fazer frente à competição, e a sua participação no mercado.
  • Uma visão global da gestão das marcas, anterior à arquitetura de marca.
  • Análise profunda do papel e da relevância de cada marca para o negócio.
  • Voltado para a visão de negócio da empresa.

  • Ajuda a empresa a tomar decisões sobre onde colocar os investimentos, quais marcas priorizar, quais marcas eliminar, e onde inovar.

… a ARQUITETURA DE MARCA

  • Tem como objetivo estabelecer propostas de valor claras para cada marca, e a hierarquia e relação entre cada uma delas.

  • É apenas um aspecto da estratégia de portfólio.

  • Voltado para o engajamento do consumidor.

  • Estruturação da oferta de acordo com o que foi estabelecido na estratégia.
  • Ajuda a empresa a ter um guia conceitual que estabelece diretrizes visuais e verbais para cada marca.

Da ESTRATÉGIA DE PORTFÓLIO…

  • Tem como objetivo criar sinergia, otimização e clareza, trazendo respostas sobre o que a empresa deve fazer frente à competição, e a sua participação no mercado.
  • Uma visão global da gestão das marcas, anterior à arquitetura de marca.
  • Análise profunda do papel e da relevância de cada marca para o negócio.
  • Voltado para a visão de negócio da empresa.
  • Ajuda a empresa a tomar decisões sobre onde colocar os investimentos, quais marcas priorizar, quais marcas eliminar, e onde inovar.

… a ARQUITETURA DE MARCA

  • Tem como objetivo estabelecer propostas de valor claras para cada marca, e a hierarquia e relação entre cada uma delas.
  • É apenas um aspecto da estratégia de portfólio.
  • Voltado para o engajamento do consumidor.
  • Estruturação da oferta de acordo com o que foi estabelecido na estratégia.
  • Ajuda a empresa a ter um guia conceitual que estabelece diretrizes visuais e verbais para cada marca.

Juntas, permitem construir marcas relevantes, diferenciadas e resilientes.

Existem quatro modelos famosos de arquitetura adotados pelas empresas, que as ajudam a escolher a relação mais adequada entre a marca-mãe (master brand) e as outras marcas do portfólio.

  • Monolítico (Branded House): Nessa estrutura, a marca-mãe é de fato a única marca presente em todo o portfólio. Seus atributos são usados de forma variada para a descrição de diferentes produtos e serviços que se beneficiam da sua associação. Um exemplo perfeito disso é a Fedex: você não irá encontrar nenhum serviço que não esteja diretamente ligado à marca principal.
  • Sub-marcas (Sub-brands): Nesse caso, a marca-mãe é a principal referência, porém as sub-marcas vêm acrescentar um novo atributo que ela dificilmente poderia carregar sozinha. É o caso do Iphone:  a marca tem atributos específicos (ex: o nome) porém também usa as da Apple, (logo, look and feel)  em uma relação combinada que amplia seu poder nos consumidores e fortaleceu a presença da empresa no segmento dos celulares.
  • Endossado (Endorsed): Esse modelo se aplica quando marcas são lançadas com posicionamentos independentes, porém com ‘o aval’ da marca-mãe, cujo nome e logo aparecem de alguma forma no produto de forma distanciada, apenas para relembrar ao consumidor da sua presença, gerando confiança. A Nestlé usa muito esse modelo com marcas como KitKat or Crunch, cujos posicionamentos são totalmente únicos, porém sempre associados à empresa.
  • Independente (House of Brands): Esse modelo é o oposto do monolítico, já que não conta com uma marca-mãe predominante no portfólio. Pelo contrário, cada marca tem seu próprio posicionamento (o que chamamos de stand-alone). A marca-mãe pode ser invisível ou irrelevante para o consumidor. Esse modelo é muito usado por empresas gigantes que são sinônimo de categoria como Unilever, cujas marcas principais (ex: Dove) não parecem ter nenhum vínculo com a empresa por trás, e têm suas próprias marcas derivadas e sublinhas.
Na prática, a maioria das empresas segue um modelo híbrido. Quando olhamos para o portfólio inteiro a distância, vemos que elas usam diferentes estruturas em níveis distintos. Google, muitas vezes citada como um puro exemplo de arquitetura monolítica, é somente uma marca abaixo de Alphabet, a sua marca-mãe que gera muitas outras, como DeepMind e Waymo. Por isso, as escolhas de arquitetura nunca são óbvias e devem ser pensadas em conjunto. Mais importante que buscar se encaixar em uma nomenclatura, é fundamental analisar como cada modelo atende aos objetivos estratégicos e às necessidades dos consumidores, para criar sua estrutura única.

I’m green: como a transformação de uma marca de produto em uma masterbrand ampliou seu escopo nas fontes renováveis  

Para Braskem, desenhamos a expansão do portfólio de produtos em prol da Economia Circular a partir da marca I’m green. A marca designava apenas um tipo de resina plástica produzida a partir de matéria-prima renovável, a chamada ‘bio-based’, enquanto outros produtos de fonte renovável e reciclável estavam espalhados no portfólio. Ao olharmos para a estratégia de portfolio como um todo, vimos uma oportunidade de expandir e de reunir todas as fontes renováveis debaixo de uma marca forte, a já reconhecida I’m green. Assim, através da reorganização e da transformação de uma marca de produto em uma masterbrand, ampliamos a atuação sustentável da Braskem, construindo Brand Equity. Leia o case completo.

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Por onde começar para criar uma estratégia de portfólio sólida?

Existem três elementos fundamentais a se levar em conta na hora de criar os pilares que irão estruturar o portfólio de uma marca:

O posicionamento: Ao criar os pilares, o portfólio deve estar conectado com o posicionamento da marca-mãe, presente ou invisível, e de todas as suas submarcas ou marcas endossadas, refletindo seus valores, atributos e personalidade, evitando desenvolver ofertas que não estejam alinhadas com sua visão e que diluam seu brand equity. Por isso, nosso trabalho de organização do portfólio sempre começa por uma redefinição profunda da essência da marca, pois é ela que irá dar um direcionamento claro.

As necessidades do consumidor (needstates): É comum as empresas segmentarem por critérios funcionais estritamente ligados à sua visão interna, como preço, canal ou unidades de venda. Porém, a segmentação mais exitosa deve ser puxada pelas necessidades do consumidor. Por isso, na CBA B+G priorizamos segmentar por needstates (‘estados de necessidades’), que podem ser definidos como a intersecção entre o que os consumidores querem e como eles querem.

Os objetivos de negócio: A estratégia de portfólio faz a ponte entre a gestão das marcas e a visão de negócio da empresa. Por isso, além do posicionamento é preciso ter em mente como cada pilar e cada marca atendem a esses objetivos e se não os atender, deve-se tomar as decisões certas para garantir bons resultados, crescimento e lucro.

Carlos V: como a criação de pilares emocionais, baseados em necessidades dos consumidores fortaleceu a marca e guiou a expansão da linha premium

Carlos V, o chocolate mais popular e tradicional do México, estava sofrendo pela intensa competição de outras marcas de lanche, percebidas como tendo maior qualidade e maior engajamento com crianças. O desafio era modernizá-la e construir um território único, mantendo seu legado histórico.

Ao rever toda a estratégia de marca, vimos a oportunidade de ampliar os públicos para falar também com adultos amantes de chocolate, ressignificando sua personalidade divertida e mágica. A partir da sua nova essência, reorganizamos o portfólio para que cada pilar estivesse de acordo com os needstates e trouxesse atributos emocionais. Isso ajudou a definir características de produtos diferenciadas, o que levou a estabelecer poderosas propriedades da marca e à renovação completa da identidade visual de todas as linhas. Veja mais sobre o case aqui.

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Desenhar uma estratégia de portfólio coerente com uma arquitetura sólida não é fácil, e é por isso que nos ajudamos nossos clientes a traçar uma visão completa da marca, desvendando oportunidades de extensão e de renovação de linhas. Polenghi, Braskem e Carlos V são apenas alguns dos trabalhos de estratégia de portfólio que desenvolvemos. Contamos com muitos outros parceiros como Häagen-Dazs, Ninho e Purina. Venha você também transformar sua marca com a gente criando clareza no seu portfólio de marcas a partir de um trabalho profundo de posicionamento. Clique aqui para mais informações.

CBA B+G

Adeus 2021, viva 2022! 

Após quase dois anos de pandemia, as pessoas ao redor do planeta retomam as atividades, com o desejo fervente de tornar o mundo um lugar melhor. 

Para começar esse novo ciclo com o pé direito, venha conhecer o Useful Design Trends 2022, nosso report proprietário com 15 tendências em cinco grandes esferas, que inspiram utilidade através do design.

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Para ter acesso ao report, assine o Blimp, nossa newsletter mensal que reúne conteúdos exclusivos sobre branding e design.

E se este report te deu ideias, não hesite em nos contactar para pensarmos juntos em como fazê-las acontecer.

Interagir e transformar são os verbos que norteiam o Café+, a iniciativa interna da CBA B+G que é um espaço para pensar sustentabilidade, diversidade, inclusão e muitos outros temas urgentes. No último mês, aconteceu o Café+ Circularidade, em que o convidado foi Fabio Sant’Ana, especialista em Desenvolvimento de Mercado de Embalagens para Economia Circular e Bens de Consumo da Braskem.

Compilamos algumas passagens do bate-papo, que durou quase duas horas e contou com a participação de uma sala lotada de pessoas com indagações e interesse no que o designer e empreendedor tinha para compartilhar.

Como o design deve repensar o plástico na embalagem?

Como sabemos, este é um tema urgente, e o mercado tem mudado muito no que diz respeito ao briefing para a produção de embalagens. Antes, o desenvolvimento era pautado em custo, desempenho e comunicação; hoje o cenário mudou: esses fatores continuam importantes, claro, mas outros drivers, como sustentabilidade e conveniência, foram incluídos. 

Os constantes movimentos do consumidor exigindo o compromisso das empresas com a sustentabilidade tornou o ambiente mais complexo. Neste contexto, que requer um olhar ampliado, o modelo de economia circular ganha força, e nele o design desempenha um papel muito importante.

Nos conte um pouco mais sobre a economia circular. 

A economia circular é um modelo de negócio que traz um olhar sobre sustentabilidade que é intrínseco ao processo de industrialização e monetização, diferentemente do modelo de economia linear. Nesse último, o auge é quando o consumidor compra o produto, e a ideia é fazê-lo comprar novamente. Acontece que, nesse modelo, a extração de matéria-prima é constante e em alto volume, enquanto o valor do produto diminui drasticamente após o uso, pois após o uso não é considerada nenhuma alternativa que não o descarte de baixo valor.

No modelo de economia circular, temos a valorização do reuso e soluções alternativas para o pós-consumo, tais como manutenção, remanufatura e reciclagem. Se focarmos apenas no modelo de reuso, o qual propõe a utilização dos produtos por mais tempo, vemos que acabam surgindo diferentes oportunidades de novos modelos de negócios associados a ele. E isso requer um pensamento voltado ao design.

Como assim? Como a economia circular estimula novos modelos de negócio? Ela é inovadora em que sentido?

No sentido em que o foco se desloca do produto em si apenas, voltando-se para serviços. Por exemplo: existem marcas de móveis que, familiarizadas com as práticas da economia circular, tem desenvolvido um novo serviço: a recompra de móveis usados (buy back service) – e fazendo isso com uma narrativa interessante e envolvente, propondo que móveis velhos ganhem uma nova vida. Outro exemplo: há não muito tempo, a máxima de uma empresa de computadores era afirmar ser capaz de montar seus computadores em dois minutos. Hoje, seu KPI certamente está se movendo para a oferta de um produto que também possa ser DESmontado em dois minutos… É a aplicação do conceito reuse, recicle, reduza, e isso impacta diretamente no tipo de produto que nós, designers, temos de propor e desenhar.

Na sua opinião, o que se deve fazer para ampliar a visão sobre ‘produto como serviço’ e engajar as empresas nesta questão?

É um caminho complexo. Dentro da Braskem, vemos assim: existe uma equipe dedicada à venda de resinas e esta têm um foco de curto prazo. Enquanto isso, a área de desenvolvimento de mercado pensa num escopo de médio e longo prazo, prevendo e planejando cinco anos à frente, de modo que haja mercado futuro para os gerentes atuarem. Então é uma construção, uma transição longa, contínua e extremamente necessária. É um exercício de olhar para outras direções e mudar a forma de se relacionar com os produtos. Precisamos encarar o tema da escassez, e nesse sentido, a economia circular, como modelo híbrido, se apresenta como um caminho viável:  é mais sustentável tanto economicamente – na busca por soluções e modelos que substituem o uso pelo reuso, a produção de bens pela oferta de serviços – como também ambientalmente, propondo maior equilíbrio dos ecossistemas.

É um tema controverso, ainda mais numa petroquímica. Pensando do nosso ponto de vista, como um escritório de design, qual deve ser a abordagem com os clientes? Onde focar primeiro: nos recursos materiais, na logística, no pós-consumo?

Não existe uma receita pronta, depende do mercado em que cada empresa atua. No setor de alimentos, por exemplo, a atenção dada à embalagem tem um olhar específico, pois funciona quase como um conceito estendido da saúde e nutrição que ela envolve. No setor de produtos de higiene, por outro lado, a questão do consumo de água é crucial, então a abordagem pode ser a sustentabilidade no processo industrial.

Mas toda a indústria, em maior ou menor medida, está lançando seus compromissos com a sustentabilidade, que estão baseados em quatro pilares: otimização de material; produção de embalagens 100% recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis; uso de reciclado e uso de renovável. A partir disso, é preciso olhar pra necessidade do cliente e entender: onde ele está inserido? Qual o tipo de negócio dele? Qual a jornada do seu consumidor? E como integrar com a jornada da embalagem tornando-a mais circular e sustentável? Enquanto indústrias pensam em eficiência, o setor FMCG valoriza também outros atributos, como experiência de consumo. O poder da marca fala de forma diferente dependendo dos universos. Tudo isso traz propostas de valor diferentes para o cliente.

De fato, há uma grande oportunidade para se trabalhar a jornada do consumidor. Como desenhar um produto pensando nessa jornada? 

Influenciar a jornada é um caminho que pode ser o inicial, mas o pensamento circular é muito maior. É uma responsabilidade das empresas e dos consumidores. Veja, o mundo funciona numa forma linear, esse é o desafio. Todo mundo tem que ceder e colaborar a partir do seu lugar; é mais que embalagem sustentável, é uma solução sustentável. O ciclo inteiro – a oferta, o uso, o reuso – requer uma transição para novos modelos de pensamento e de consumo. Estamos todos em busca de soluções, e não se trata apenas de quem “paga” pelas mudanças.

 
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O home office, antes restrito a uma parcela mínima da população, virou lema para grande parte das empresas de todos os portes, no mundo todo, e em menos de um ano. Para nós, aqui na CBA B+G, não foi diferente. Entre todos os desafios que esse momento de transformação trouxe, talvez o maior deles seja manter viva a cultura de uma empresa e o elo entre seus integrantes, apesar da distância e do isolamento. E o que é, afinal, cultura de empresa e como manter sua chama acesa?

A cultura de uma empresa é definida por um conjunto de elementos que reforçam ou desencorajam padrões de comportamentos e valores dentro da organização, refletindo a forma como ela opera. Sabe quando alguém fala que tal lugar é “tóxico”, ou pelo contrário, diz que se sente “em família”? Sim, isso se refere à cultura. E ela não está conectada apenas com o bem-estar dos funcionários. Cada vez mais estamos percebendo que empresas com culturas fortes e saudáveis impactam a produtividade e os resultados dos negócios. Para a Lívia Brandini, fundadora & CEO da Kultua, startup que realizou recentemente o diagnóstico de cultura da CBA B+G, compreender a cultura instalada na empresa é o primeiro passo para conduzir com sucesso qualquer mudança na organização. Ela conta:

“Fortalecer a cultura organizacional e o engajamento no trabalho aumenta em mais de 20% os resultados dos negócios, além de estimular relações e experiências de trabalho mais positivas aos colaboradores. Não há dúvida, as barreiras culturais têm se mostrado os principais obstáculos ao processo de transformação necessária à prosperidade e saúde das organizações.”

Dentro de casa, em um encontro mensal criado para conversamos sobre assuntos ESG (vem conhecer mais sobre o Café+ aqui!), a pauta foi exatamente essa: e agora, como será o futuro do trabalho, em home office? Dentre as boas reflexões que surgiram, reunimos elementos fundamentais que identificamos como parte da cultura de uma empresa, junto de ideias de como trabalhá-los em um contexto de trabalho remoto.

Os 4 elementos da Cultura de empresa

Pessoas: empresas são feitas delas. Sem elas, nada existe. A qualidade do relacionamento entre as pessoas que coexistem dentro de uma comunidade diz muito sobre os valores desse lugar, criando uma sensação de pertencimento a algo maior. Em um trabalho presencial, é mais fácil manter contato com as pessoas de dentro e fora de suas respectivas áreas, ou saber o que se passa convidando o colega para um café. Em regime de home office, pessoas de diferentes áreas podem trabalhar na mesma empresa e nunca sequer se verem ou se conhecerem.

Para não perder a conexão entre pessoas e áreas distintas, tornou-se ainda mais importante criar dinâmicas de grupo que envolvem diferentes áreas de forma regular e ter canais de comunicação que facilitem a troca espontânea entre pessoas – para falar de trabalho ou de qualquer outro assunto. Todos gostamos de encontrar os colegas também para descontrair e conversar sobre coisas triviais. Essa leveza torna o trabalho mais prazeroso.

Rituais: São todos os hábitos que têm um significado especial na rotina, trazendo um respiro dentro da correria e criando uma identidade comum. No caso da CBA B+G, podemos citar os aniversários celebrados com bolo e parabéns cantados por toda a agência, a meditação coletiva toda quinta-feira ao meio-dia, ou ainda o Pet Day (dia em que os pets eram bem-vindos para passar o dia todo no escritório conosco).

E como recriar esses momentos significativos em um contexto digital? Aqui, nossa sugestão é adaptar-se: há que se encontrar caminhos que o online comporta ao invés de romantizá-lo e querer torná-lo uma cópia do real – ele não é. A partir dessa compreensão, há inúmeras possibilidades para se recriar rituais de forma híbrida, com um pé no físico e outro no digital, como por exemplo manter happy hours e cafés da manhã à distância – com cerveja, café e pão de queijo reais.

Instituição: Empresas são lugares de trabalho, o que implica seriedade, regras. Cultivar uma certa ‘disciplina’ também é atitude necessária e bem-vinda, pois traz diretivas que mantêm o foco em resultados e produtividade. E mais, mostra aos funcionários que não estão entregues à sua própria sorte e que a liderança está comprometida em guiá-los e empoderá-los.

Atualmente, a primeira das regras de ouro é comunicar, comunicar, comunicar. A segunda é traçar trilhas de crescimento para todos na empresa, com plano de carreira, feedbacks e foco no autodesenvolvimento. É fato, recursos humanos e comunicação interna nunca foram tão fundamentais.

Ambiente: O espaço físico também faz parte da cultura, é o que concretiza a visão da empresa e mostra ao mundo seus valores. Em muitas empresas, o hall de entrada é um lugar onde se expõe, com orgulho, o manifesto, as crenças, ou qualquer outro símbolo que represente sua missão. O ambiente tem a capacidade de colocar todos os colaboradores na mesma sintonia, própria da empresa.

E qual o tamanho do desafio agora, em que cada um está imerso em sua bolha pessoal? Algumas plataformas de encontros virtuais, como Topia e Gather estão buscando solucionar essa questão, com a promessa de recriar escritórios customizados que mimetizam o espaço físico e trazem a espontaneidade dos encontros não planejados.

Estamos começando a entrar em uma nova era e uma coisa está clara: para muitas empresas (a maioria?), nada será como antes. Com vantagens e desvantagens, o home office e modelos híbridos de trabalho vieram para ficar. Negócios de todo porte têm a oportunidade única de repensar processos e dar nova importância para a cultura da empresa e para seus colaboradores. Afinal, eles se nutrem dela e, ao mesmo tempo, a alimentam todo dia.?mid=&wid=51807&sid=&tid=8803&rid=LOADED&custom1=cba design.com&custom2=%2Flatam%2Fadmin cba%2Fpost.php&custom3=loungesrc?mid=&wid=51807&sid=&tid=8803&rid=BEFORE OPTOUT REQ&t=1632204807250?mid=&wid=51807&sid=&tid=8803&rid=FINISHED&custom1=cba design

Diz o ditado que uma imagem vale mais que mil palavras. No design, a máxima muitas vezes se confirma e acaba determinando o sucesso de muitos produtos. Entretanto, quando o assunto é marca, o discurso conta e muito.

Para um projeto de branding ser completo, é preciso criar uma identidade visual e também uma identidade verbal, que vai estabelecer a voz da marca. Isso nada mais é que a articulação emocional do que a marca representa e tem a oferecer para o mundo, dito e expressado em suas próprias palavras. Falando assim, parece simples.

Na prática, o caminho para essa construção é longo e começa no posicionamento estratégico. Neste momento, as perguntas a serem respondidas são: por que a marca existe, quais valores guiam as suas ações e, consequentemente, qual a sua personalidade. É aí que começa a ficar clara a história a ser contada e muitas vezes a primeira expressão verbal de peso que nasce é o manifesto.

Há alguns anos, isso era considerado conteúdo interno e confidencial, mas hoje as marcas perceberam que essa informação precisa chegar a todos. Ao ter contato com o manifesto de uma marca, tudo, ou quase tudo, fica evidente. Um exemplo ‘clássico’ e bastante conhecido que demostra bem o que quero dizer: enquanto a The North Face se posiciona como uma marca para pessoas apaixonadas por aventuras outdoor, a sua concorrente Patagonia defende responsabilidade socioambiental (chegando até a fazer um anúncio anticonsumo, em 2011). São marcas da mesma categoria, voltadas ao mesmo público, mas que apresentam convicções e histórias distintas. A pergunta é: com qual marca cada pessoa se identifica?

Um grande desafio ao criar a identidade verbal é fazer com que o discurso seja conectado não apenas ao propósito da marca, mas também aos seus colaboradores e, obviamente, ao público consumidor. E é essa expressão prática, feita no dia a dia, que a torna real. Não se trata apenas de criar atributos, é necessário refletir os traços humanos da marca e ir a fundo, pensar nas palavras que se deve usar e quais não. Acima de tudo, a marca precisa ser real, autêntica e honesta.

Com as redes sociais, algoritmos e inteligência artificial, a construção de relacionamentos é muito valorizada e interações cada vez mais humanas são esperadas, e fica evidente que a identidade verbal não se refere apenas ao texto escrito. É o discurso, e esse pode ter diferentes formatos e tamanhos – pode ser vídeo, áudio ou uma demostração de apoio a algum tema cotidiano. Aí está outro ponto sensível para qualquer marca: a decisão sobre se (ou quando) manifestar-se sobre temas, defender causas ou evidenciar uma posição, que por vezes pode ser polêmica. A resposta vai depender de cada marca, e obviamente, é também uma decisão estratégica. Muitas vezes ser neutro, ou não se manifestar pode ser até pior. Não assumir uma posição pode ser visto como uma tomada de posição. Difícil, não? Sobre ativismo e branding, sugiro este texto, que clareia as ideias e elenca boas práticas sobre engajamento em causas e impacto positivo.

Em uma sociedade em constante mudança e com rupturas sociais como a que vivemos, ter alinhamento entre todos os que trabalham com a marca é fundamental. É natural que brand books e guidelines sejam importantes, porém ainda mais relevante é inspirar pessoas, equipes internas e externas: é preciso ser consistente, mas também flexível. Afinal, o discurso é da marca, mas ela não fala sozinha.

Ricardo Oliveira, Diretor de Criação da CBA B+G

Estamos obcecados com o bem-estar. Aulas de yoga, coaching de carreira e aplicativos de meditação viraram mainstream. As marcas mais variadas prometem entregar equilíbrio emocional, fortalecer nossa imunidade ou trazer relaxamento. Dicas de autocuidado não faltam por aí: “durma melhor, coma bem, cuide de si, faça exercício, pratique mindfulness”.

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Nunca se levou a felicidade tão a sério quanto hoje. O tema é amplamente estudado por acadêmicos, mostrando que é possível mensurá-la em escalas de indivíduos e de países. A ciência do bem-estar, o curso mais popular da história da Universidade de Yale, ensina a calcular seu nível de felicidade e construir hábitos produtivos. A Felicidade Interna Bruta é um indicador usado no Butão desde os anos 70, e que na última década despertou o interesse da ONU como um indicador complementar ao PIB. Em junho de 2020, no auge da pandemia, a pergunta “O que é felicidade?” teve o maior volume de buscas no Google Brasil dos últimos oito anos. 

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Hoje, reconhecemos o papel fundamental das emoções em nossas vidas, mas nem sempre foi assim. O livro Inteligência Emocional, de Daniel Coleman, causou desconforto nos anos 2000 ao defender que empatia e autoconhecimento são qualidades mais relevantes do que um QI elevado. Por outro lado, a popularização de práticas não ocidentais, como yoga e mindfulness, ajudaram a fomentar uma visão holística da saúde, onde corpo e mente são dois lados de uma mesma moeda. O sucesso do Ted talk O poder da vulnerabilidade, um dos mais populares da plataforma, é mais uma prova da atenção que estamos dando às emoções. Nele, a pesquisadora Brené Brown encoraja pessoas a se mostrarem mais vulneráveis, e celebra a coragem daqueles que assumem suas imperfeições. 

Por essas e outras razões, as pessoas estão buscando ser mais saudáveis, levando marcas de todas as categorias a remodelarem suas ofertas. Nos Estados Unidos, redes de drogarias estão criando espaços dedicados à saúde mental. A Lego encoraja adultos a praticar mindfulness com suas peças. Snacks, bebidas e produtos de beleza estão incluindo canabidiol nas suas listas de ingredientes, para auxiliar no controle da ansiedade e do estresse. Goop, o império criado pela Gwyneth Paltrow a partir de uma newsletter, é hoje uma plataforma multibilionária que oferece produtos premium na intersecção entre beleza e bem-estar. No Reino Unido, o banco First Direct criou o programa Money Wellness, que ajuda as pessoas a terem uma relação mais saudável com suas finanças pessoais. 

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Além de criar novos produtos e serviços, a preocupação com bem-estar está redesenhando o discurso e a identidade visual das marcas. Desde o início da pandemia, Itaú, Magazine Luiza e Ambev ganharam a confiança dos brasileiros adotando um tom de voz mais afetivo. Alice, um plano de saúde para pessoas físicas, está trazendo uma linguagem mais acolhedora para a categoria, com a escolha de um nome e de cores atípicas, e uma abordagem mais humanizada. Marcas de alimentos, de Prestígio a Polenghi, buscam se posicionar como “comida de verdade”, abraçando naturalidade e destacando o uso de poucos ingredientes.

Nunca valorizamos tanto os pequenos momentos de felicidade, criando oportunidades únicas para as marcas de ressignificar o seu papel na vida dos seus consumidores. Estamos carentes desses momentos que tornam nossas vidas mais significativas, dos mais casuais (o happy hour da sexta à noite ou o cinema do domingo) aos mais simbólicos (a festa de casamento, a cerimônia de formatura). Por isso, quando a pandemia passar, vamos buscar nos reconectar com nossos rituais do dia a dia com muito mais intensidade. No filme For when it’s time, a marca de chicletes Extra imaginou cenas de reencontros de pessoas eufóricas, se beijando loucamente como se não houvesse amanhã, inserindo o produto dentro de uma narrativa que celebra a vida.

Porém, é preciso cautela. Ajudar as pessoas nesse processo é ótimo, mas as marcas precisam ter cuidado para não gerar uma nova cobrança nos consumidores. Paradoxalmente, a busca incessante por autocuidado pode se tornar, por si, uma nova fonte de estresse, em um momento em que estamos percebendo o quão frágil e imprevisível é o nosso ecossistema. Com tantas demandas, o equilíbrio também é fundamental.

Por Carmen Beer, estrategista sênior, e com a contribuição de Ana Cerqueira, Giuliana Sanchez, Thaísa Miyahara, Ana Paula Moreno, Josy Lamenza, Daniela Irrazabal, Rosario Maglione, Renato Storni e Luis Bartolomei.

Continuando a reflexão anterior (leia aqui), em que abordamos o fantástico mundo dos games e como as marcas estão lidando com esse universo de novas possibilidades, agora nosso olhar se direciona aos mecanismos de engajamento dos jogos, conhecidos como gamificação. Eles representam valiosas oportunidades para marcas e agências criarem novas experiências em processos e metodologias de pesquisa, inovação e design.
Entendendo a gamificação

Entendendo a gamificação

Podemos definir jogos como algo que fazemos para nos entreter, com um objetivo claro e desafios no caminho que afetam nossa performance. Ou seja, quando falamos de gamificação, são destes três elementos-chave que estamos falando: prazer, objetivo e interatividade. O que há por trás desses elementos e por que todas as esferas da sociedade estão tentando aplicá-los de diferentes maneiras?
  • Histórias prazerosas nos envolvem e apaziguam a alma: “Para de jogar porque vicia”.  Quem nunca ouviu isso? Jogos são viciantes mesmo, pois ativam a serotonina. Eles também criam um universo exclusivo e pessoal onde indivíduos podem facilmente fugir do estresse e esquecer dos seus problemas. Esse escapismo, na dose certa, pode ser útil em momentos desafiantes. Na pandemia, temos precisado fugir (e muito!) do tédio e desligar das notícias ruins. Nesse contexto, jogar não é simplesmente perder tempo, é também cuidar da mente. Foi o que levou a empresa Lego, por exemplo, a expandir seu target, desenhando experiências e sets de jogos voltados para os adultos. Os AFOLs (Adult Fans of Legos) buscam praticar atenção plena encaixando as peças coloridas e seguindo instruções, ao mesmo tempo em que revisitam o passado com universos que remetem à sua infância ou à juventude. É também o que explica o sucesso dos livros de colorir para adultos, a popularidade insana de jogos de simulação social do tipo Animal Crossing ou até simples passatempos como Candy Crush. 
  • O objetivo é uma desculpa, o importante é a jornada: De jogos de tabuleiros ao Nintendo Switch, todos os jogos têm um objetivo e regras claras que estabelecem quem vence e quem perde, estimulando a competitividade. O objetivo é levado à sério apenas dentro do universo do jogo, mas não tem nenhuma importância fora dele. O que acontece durante a partida (e a forma como se ganha) é o mais importante, trazendo benefícios indiretos para os jogadores: criar laços entre amigos, relaxar, passar o tempo, aprender. Ao final, jogos são a melhor forma de colocar em prática a valorização da jornada, e não do destino. 
  • A interatividade reforça conexões humanas: A interatividade inerente aos jogos é o que os diferenciam de uma simples competição. Isso significa que os jogos “obrigam” o contato entre os jogadores e solicitam uma postura mais ativa que passiva, construindo relacionamentos. Em tempos de isolamento social, jogos digitais também possibilitaram juntar pessoas distantes, o que explica o boom da versão online de jogos tradicionais como Xadrez e Pôquer, ou o sucesso de jogos mais imersivos como Fortnite, que criam universos paralelos e avatares onde pessoas podem se conectar em microcomunidades.
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Mola propulsora de tecnologias emergentes e oportunidade para as marcas

Os princípios por trás da gamificação sempre existiram, então por que é um fenômeno que tem conquistado tanto espaço? Para Vicente Martin Mastrocola, professor adjunto da ESPM onde leciona Plataformas Digitais, Game Essentials e Game Design, “as empresas começaram a entender as técnicas motivacionais usadas por designers de videogames e aplicá-las em outros contextos. Essas técnicas incluem concepção de objetivos, reconhecimento por badges, colaboração em equipe, estímulo à competição via rankings e acúmulo de pontos.”

Assim como aconteceu com a indústria da pornografia na década de 80, a indústria do game em tempos de pandemia parece ser uma mola propulsora da implementação de tecnologias emergentes, como a realidade aumentada, a realidade virtual e a realidade mista, acelerando seu uso fora dela. Exemplos não faltam: a revista The New Yorker acabou de lançar seu primeiro filme de animação em realidade virtual; a edição 2021 do festival SXSW foi toda online e interativa; a Folha de São Paulo realizou uma pesquisa sobre o impacto da pandemia no formato de game imersivo; a série Black Mirror produziu um episódio interativo com múltiplos finais.

Para as marcas e agências, vemos algumas oportunidades de aplicar essas experiências nos processos e metodologias, e na forma de interagir com o público. Para Carina Benitez, designer na CBA B+G, trazer esse tipo de dinâmica pro contexto corporativo torna mais prazeroso o contato entre todos os participantes. “Quando a gente gamifica o processo, as pessoas instintivamente querem participar mais. Dessa forma, algo supercomum e batido na rotina delas acaba ganhando um novo olhar.”

Vamos as oportunidades:

  1. Usar tecnologias imersivas para descoberta de insights: o envolvimento de jogos do tipo role-playing, onde o espectador encarna um personagem dentro de um ambiente virtual, estimula a empatia. Hoje, com a realidade virtual ou mista, a imersão na realidade do outro é ainda mais completa, podendo ser extremamente poderosa como ferramenta de pesquisa com consumidores e para teste de protótipos.

  2.  Usar dinâmicas de jogo para impulsionar inovação: formatos de jogo são extremamente valiosos quando aplicados a processos que normalmente são desgastantes, acelerando o aprendizado e o engajamento dos times internos. Para Fabiele Nunes, CEO e cofundadora da Startup Mundi, “o principal objetivo do jogo é trazer para as empresas uma solução inovadora no desenvolvimento de equipes, trabalhando desde a concepção à escalabilidade de uma ideia disruptiva. O game é uma experiência vivencial inesquecível, que mistura aprendizado, simulação e muita emoção.” Fabiano Naspolini, especialista em game design e coordenador do site Fábrica de Jogos, adverte sobre a importância de analisar bem os objetivos a serem atingidos com a gamificação. “As novas habilidades desenvolvidas ao longo do jogo pelos participantes estão alinhadas com o objetivo da gamificação? Já vi muitas aplicações que usam esses elementos, mas o resultado final acaba gerando um comportamento que não se queria inicialmente.”

  3.  Aplicar Game UI no design de produtos digitais: A cultura dos jogos tem impulsionado os avanços do design de serviços e experiências, mais especificamente a melhora dos conceitos de UI (user interface), melhorando a interação do usuário com serviços digitais e diminuindo o gap com a experiência física. O famoso “deu match” do Tinder, por exemplo, foi inspirado no universo dos games, colocando um pouco mais de desafio e diversão no processo de encontrar o par perfeito, criando vício.

  4. Abraçar experiências de consumo digitais: À medida em que o mundo digital e o mundo real se misturam, novas experiências de consumo que exploram fantasia e imaginação vão aparecendo: The Fabricant é uma casa de moda 100% digital com peças e cenários feitos em 3D. O varejo está caminhando para abraçar o phygital, como foi o caso da Ikea, que trocou sua catálogo impresso por lojas virtuais; Google também criou uma cidade virtual para a Black Friday.
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Os jogos eletrônicos e as possibilidades de tecnologia imersivas prometem revolucionar nossa forma de consumir e interagir com as marcas. Entretanto, vale lembrar que estamos também vivenciando um cansaço tecnológico: o excesso de telas, o confinamento e o distanciamento social podem levar as pessoas a buscarem uma reconexão através do contato físico. Por isso apostamos que, no futuro, as marcas devam investir na cultura gamer para além do puro digital, com experiências lúdicas que misturam o digital e o real, como a realidade aumentada. Nosso playbook Branding for the future e nosso artigo sobre empatia são boas dicas de leitura para quem quer se aprofundar na importância da presença online das marcas e no uso de recursos híbridos.

Fale com a gente se quiser bater um papo sobre os desafios e as oportunidades da sua marca. E se esse tema te inspira e você é, ou conhece profissionais de negócio, estrategistas e designers que se interessem em fazer parte do nosso time, escreva para [email protected] nos contando sobre suas expectativas, objetivos e história. Estamos sempre em busca de talentos!

Este artigo teve a contribuição de: Carmen Beer, Ana Cerqueira, Giuliana Sanchez, Thaísa Miyahara, Ana Paula Moreno, Fabiele Nunes, Carina Benitez, Fabiano Naspolini, Vicente Martin Mastrocola, Josy Lamenza, Daniela Irrazabal, Rosario Maglione, Renato Storni e Luis Bartolomei.

 

 

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Nunca se jogou tanto quanto nos dias de hoje. Acelerados pela permanência em casa durante a pandemia, eles estão conquistando um público cada vez mais diverso e mais amplo. Os números são vertiginosos: em 2019, o mercado movimentou US$ 1,5 bilhão no Brasil e US$ 152 bilhões no mundo, alavancando mais investimentos que cinema e esportes. Em 2020, games eletrônicos foram o assunto mais discutido no Twitter, com 2 bilhões de tweets. O que representa esse universo para as marcas e como elas podem entrar no jogo?

 

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O celular é a porta de entrada

Não há dúvida, os games representam hoje para os jovens o que a música representava na década de 90: identidade cultural e pertencimento a uma comunidade. Jogos estão intrinsicamente ligados à cultura jovem, hoje mais do que nunca. Mas se a sua ideia de um típico jogador é um adolescente geek antissocial, pense duas vezes. De Candy Crush a Fortnite, os perfis e formas de se jogar são inúmeros, com jogos que cabem no tempo e no bolso de todos, combinando com diferentes estilos de vida, personalidades e pontos de interesse.

Segundo a Pesquisa Game Brasil 2021, 72% dos brasileiros dizem jogar games eletrônicos, e a maioria deles jogou mais partidas online desde o começo da pandemia. O gamer casual é mais bem representado por uma mulher entre 25 e 35 anos, enquanto o hardcore costuma ser um homem entre 16 e 24 anos. A pesquisa também apontou que quase metade dos jogadores são de classes sociais C, D e E. Para todos, o celular é a escolha de preferência. Isso explica o sucesso de jogos como o Free Fire, disponível em mobile e com mais de 100 milhões de downloads. Já os consoles estão em baixa, muito devido aos preços exorbitantes no Brasil. Para Claudio Lima, CEO da Druid Creative Gaming, “o mobile virou a chave no mercado de jogo no Brasil. Jogar era coisa da classe A, tinha que ser no console ou no PC, e isso era muito caro. Agora, qualquer pessoa pode jogar. Hoje, os moleques sonham em ser jogadores de Free Fire em vez de jogadores de futebol.”

 

Não é apenas sobre jogar,
é sobre assistir também

Além de jogar, milhões também assistem a outros jogadores, profissionais e não profissionais, em streamings divulgados via plataformas que não param de crescer – a Twitch, por exemplo, tem mais de 15 milhões de usuários ativos diários. Uma pesquisa global em 2020 apontou que gamers entre 18-25 anos passam em média 4 horas por semana assistindo a outras pessoas online. Esse fenômeno está criando novos tipos de influenciadores que jogam partidas com seu público, às vezes centenas em um mesmo dia, criando vínculos autênticos e uma verdadeira proximidade. O gamer brasileiro Cellbit, por exemplo, vem gravando vídeos para o Twitch e YouTube desde 2012, onde já tem mais de 6 milhões de seguidores, com 300 milhões de views no total. 

 

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Metaversos são o futuro
do entretenimento

A indústria de games está moldando o futuro do entretenimento, com produções ricas e complexas, tecnologias imersivas e universos cheios de possibilidades, além de também impactar a indústria do streaming. 

Games imersivos como Beyond Two Souls ou Cyberpunk contam com investimentos dignos das maiores produções de Hollywood e com a participação dos melhores roteiristas, atores e artistas. O resultado é a criação de narrativas, personagens e trilhas sonoras incríveis. Novas tecnologias imersivas como a realidade virtual envolvem o jogador de forma intensa e plena, enquanto a realidade aumentada embaça as fronteiras entre real e virtual. E claro, nesses universos, jogadores têm a possibilidade de fazer muitas outras coisas: seus avatares podem assistir a shows de música e gastar seu dinheiro de diferentes formas, simulando o mundo real. A Roblox, plataforma bastante popular que permite que usuários criem seus próprios mundos e minijogos, pretende “unir o mundo construindo um metaverso (um mundo virtual que replica o real através do digital), onde milhões podem se encontrar em jogos, conferências, ou em trabalhos colaborativos dentro de uma economia virtual que conta com sua própria moeda.”

 

Agências e divisões
especializadas em games

Muitas marcas não endêmicas, ou seja, as que tradicionalmente não têm associações, estão adentrando esse mundo, criando novas dinâmicas de mercado e gerando novas demandas internas e dos seus parceiros. A Unilever criou um núcleo de e-sports para atender melhor às necessidades de suas marcas; a Publicis Play, lançada este ano no Reino Unido, reúne um pool de especialistas do grupo para oferecer suporte de criação, mídia e produção a seus clientes. No Brasil, a Druid iniciou operação no começo do ano e busca conectar criativamente games e marcas, através de um modelo Business To Gamer.

 

Como entrar no jogo?

Para as marcas tradicionais, entrar no mundo dos games pode parecer mais assustador do que realmente é – mas acreditamos que existem muito mais oportunidades que riscos. Porém, entrar nesse jogo é algo que se prepara, e antes mesmo de começar a criar conteúdo e ativações, é preciso construir uma estratégia sólida, coerente com posicionamento e proposta de valor, para se conectar com os públicos de forma autêntica e não ser apenas mais uma colocação de produto.

Identificamos algumas formas com que marcas podem começar a se relacionar com o mundo dos games, criando pontes com as comunidades, para fazer parte da conversa de forma leve e despretensiosa:

  • Brincar com linguagens, estéticas e referências da cultura gamer:Amaro, por exemplo, lançou uma coleção colaborativa totalmente inspirada nos personagens do Animal Crossing. A Starface é uma marca de cosméticos com look and feel jovem e divertido, inspirado no visual dos videogames retrô. A Domino’s tem feito várias ativações divertidas, como o Pac-Man nas suas caixas de pizza.
  • Interagir e estabelecer diálogos com gamers, mostrando curiosidade em conhecer melhor esse público, é um caminho também: personalidades famosas estão adorando, por exemplo, jogar partidas interagindo com o público, ou com influenciadores (e em troca, claro, ganhando altíssima visibilidade): Guilherme Boulos e AOC fizeram lives jogando Among Us, enquanto a live do Drake e do Ninja jogando Fortnite quebrou recordes de audiência.  
  • Conectar-se com os gamers através de produtos icônicos: Categorias como as da moda, e mais especificamente streetwear, se conectaram facilmente com os gamers levando suas peças para dentro dos jogos. Elas também se inspiram nos games para criar coleções únicas na vida real. A Nike é uma que optou por essa abordagem, começando com um feature dos tênis da Jordan Collection nos videogames da NBA, para agora vestir personagens em Fortnite, e patrocinar o time chinês do League of Legends, com coleções físicas inspiradas no game. 

Por outro lado, acreditamos que algumas iniciativas, à primeira vista tentadoras, podem ser, de fato, muito mais arriscadas ou menos impactantes: 

  • Grandes marcas estão entrando de corpo e alma nos e-sports, porém o risco de comprometer o relacionamento com seu público é enorme. Para Claudio Lima, isso se explica pelo fato de que os e-sports são um produto fácil de entender: “Todo mundo entende o que é um patrocínio de futebol. Tem time, tem camiseta, tem torcida. Mas as marcas também têm que lidar com fãs apaixonados, e comunidades às vezes fechadas e protetoras. Não tem tanta liberdade para entrar e sair, e não pode dar a impressão de abandonar o time.” 
  • Outras marcas estão criando seus próprios minigames, e apesar de ser uma forma divertida de criar engajamento, é mais interessante estar onde a audiência já está jogando do que tentar competir com seus jogos favoritos. Ou seja, em vez de tentar criar seu próprio Animal Crossing, marcas ganham muito mais participando do Animal Crossing.

Para onde o mercado está indo?

À medida que a pandemia for se atenuando, as conexões feitas pelos jogadores dentro dos games vão criar oportunidades fora deles também. Pessoas que se conheceram online vão querer se encontrar fisicamente e mostrar seu pertencimento às comunidades. Dessa forma, eventos vão viver um momento dinâmico e lugares de encontros, como as famosas Lan Houses, podem ressurgir.  

Quer continuar conhecendo sobre games, cultura gamer e sua relação com marcas? Recomendamos o podcast marketin.gg, que investiga a relação entre games e marcas e a série GDLK do Netflix, que conta de forma divertida a história dos videogames. Bateu uma saudade dos primeiros games clássicos? Veja aqui como ter acesso a vários games retrô, de graça. Fique também ligado e leia nosso artigo sobre a gamificação, ou como marcas podem aplicar os mecanismos utilizados nos games. 

Fale com a gente se quiser bater um papo sobre os desafios e oportunidades da sua marca. E se esse tema te inspira e você é ou conhece profissionais de negócio, estrategistas e designers que se interessem em fazer parte do nosso time, escreva para [email protected] nos contando sobre suas expectativas, objetivos e histórias. Estamos sempre em busca de talentos!

Este artigo teve a contribuição de: Carmen Beer, Ana Cerqueira, Giuliana Sanchez, Thaísa Miyahara, Ana Paula Moreno, Josy Lamenza, Daniela Irrazabal, Rosario Maglione, Renato Storni, Luís Bartolomei, e a participação especial de Claudio Lima.

 

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